No último mês de agosto, Cícero Vale, aluno da pós-graduação em Cinema, Vídeo e Fotografia esteve nos estados do Piauí e do Maranhão para finalizar a sua nova produção, o longa-metragem “Dê uma Xanxa ao amor“, uma comédia que narra o relacionamento entre uma garota de família pobre e o filho de um rico fazendeiro.
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Elenco do filme “Dê uma Xanxa ao amor” |
O filme tem como pano de fundo a vida simples do interior do Nordeste, uma constante nas obras do cineasta. “Procuro sempre destacar a linguagem rica em estilos próprios, o modo de falar e viver, a cultura do Nordeste, em especial do Maranhão, lugar de onde vim. Nasci em Pedreiras, terra de João do Vale”, diz Cícero.
A nova produção se junta a outro filme dirigido pelo aluno, intitulado “Ai que vida”. Nas duas obras, Cícero procura mostrar a realidade com a qual convive em seu dia-a-dia. “Quando exibo meus filmes no meu estado, por exemplo, as pessoas se identificam muito”, explica.
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Cícero Vale em gravação de cena do filme “Dê uma Xanxa ao amor” |
Uma característica marcante nas produções do aluno é a preocupação com as mensagens de conscientização que cada obra deve passar. Em “Dê uma Xanxa ao amor”, o tema abordado é o preconceito e em “Ai que vida” o voto como única arma do povo contra a corrupção. “A sociedade tem que aprender a se defender, a não aceitar as coisas como são, fazer a diferença sempre”, afirma o diretor.
Como resultado, Cícero Vale foi convidado a exibir “Ai que vida” no presídio feminino do Carandiru, em 2007, em uma apresentação especial no dia de lazer para as detentas. A oportunidade foi marcante e o aluno afirma não ter imaginado que seria tão bem recebido. “O interessante é que na penitenciária existem muitas estrangeiras que, mesmo não dominando o português, conseguiram entender o filme e me disseram, por meio de interprete, que gostaram muito do filme. Isso me deixou bastante feliz e renovado. Mostra que o filme tem uma linguagem universal, de fácil compreensão”, concluiu.
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Elenco do filme “Ai que vida” |
Segundo o diretor, produzir filmes é uma tarefa árdua e que envolve uma completa dedicação. “Quando estou em processo de criação perco a noção do tempo, vivo 24h para o trabalho”, explica. O aluno faz questão de ressaltar que o curso na Anhembi Morumbi o fez crescer ainda mais como profissional.
“Depois que comecei a fazer a pós-graduação obtive muitas melhoras, estou aprendendo novas maneiras de fazer cinema, com mais técnicas, conceitos e aprofundamento teórico. Os professores são extraordinários e me ajudam muito a desenvolver meu senso crítico e profissional. Antes tinha apenas a prática e pouca teoria. Hoje minha balança intelectual está bem equilibrada”, finaliza.